Por: Letícia Cangane – Fala! Cásper
Durante um final de semana, estudantes de 13 a 17 anos fazem cobertura midiática de uma simulação de organismos da ONU.
Entre os dias 07 e 09 de abril, 21 jovens se reuniram em São Bernardo do Campo (SP) para integrar a redação do jornal Imprensa AbacoONU, veículo fictício, criado pelo Comitê de Imprensa da Simulação de Organismos da ONU – AbacoONU – com o objetivo de fazer a cobertura dos comitês de debate.
Os jornalistas passam o evento todo assistindo as discussões, cada qual em sua sala de debate, e, no prazo estipulado, precisam entregar matérias acerca das sessões.

Dentre os adolescentes que compuseram o comitê de imprensa, vários sonham em seguir a carreira de jornalista. Estes viram no evento uma oportunidade de ter seu primeiro contato com a profissão, e assim vivenciar a sua rotina por três dias.
Giovana Gaidys, 14 anos, conta pra gente um pouco da sua impressão ao participar do projeto:
“A experiência de ter sido jornalista nesses três dias foi muito enriquecedora e incrível, porque com tudo isso eu tive mais certeza ainda de que eu quero, de fato, seguir com a carreira e fazer faculdade de jornalismo, apesar de todas as dificuldades”.
Após o final do evento, outros alunos que participaram como jornalistas, os quais nunca haviam pensado em escolher esse curso, agora consideram seriamente a opção, demonstrando o valor agregado que a experiência carrega.
A experiência jornalística teve início logo nas inscrições, quando cada candidato tinha que enviar à mesa diretora do comitê um application, o qual consistia em um texto noticiando um caso de violência policial em manifestações. A partir deste primeiro contato, foram selecionados os melhores textos, sendo sete vagas compostas por alunos do Ensino Fundamental, e catorze vagas ocupadas pelos demais.

Uma semana antes do evento começar, os primeiros desafios são propostos aos participantes: em grupos, devem elaborar artigos de opinião acerca de temas relevantes para o universo jornalístico, assim como dos “modeleiros” (participantes de MUNs – Model United Nations), tais como a relevância de comitês históricos, a importância das simulações na formação de um aluno, e também a importância da mídia nos tempos atuais.
Todos os artigos seriam publicados na manhã do sábado (08), segundo dia do evento e primeiro dia de discussões, no blog da Imprensa AbacoONU.
Cada estudante participou do fórum representando um grande jornal internacional – Al-Ahram, Le Monde Diplomatique, The Guardian, The New York Times e El País -, de forma que, além de relatar os fatos, precisou prestar atenção à ideologia e nacionalidade de seu veículo, de forma que refletisse estas em suas matérias.
Além disso, os jornalistas deviam estar muito atentos a noticiários atuais, uma vez que os temas dos comitês eram de relevância internacional, e representavam grandes problemas atuais, sobre os quais todos os alunos precisavam exercer pleno domínio.
Entrando realmente numa rotina de redação, os alunos tinham deadlines a cumprir para o jornal online e impresso, participavam de mídias interativas, como o Snapchat, a página do Facebook, o blog e o Minuto AbacoONU, pequeno programa de telejornalismo com entrevistas elaboradas e realizadas pelos mesmos – além de fazerem coletivas de imprensa com os delegados (representantes dos países). Os jornalistas também eram avaliados como tais, tendo que escrever suas notícias com a aplicação de conceitos da área, como lead e pirâmide invertida.

Uma das diretoras do comitê, Karolina Slindvain, 18, ressaltou a importância da simulação de imprensa para os participantes:
“A experiência de participar no Comitê de Imprensa no AbacoONU, cativa inúmeros secundaristas a compreenderem como a escrita é uma ferramenta importante. Os jornalistas também tiveram que entender os aspectos ideológicos do jornal que iriam representar, e elaborar um texto bem conciso sobre o que se passava nos comitês das Nações Unidas”.
“… Meu papel neste evento foi guiar os participantes junto com outras diretoras. Tentamos mostrar a relevância do papel do jornalista nas demais sociedades, e reiterar o quão importante a mídia é. Também acredito que nas demais simulações há uma urgência no que tange o reconhecimento dos jornalistas – durante três dias pode-se observar o quão árduo é o papel deste, e, mesmo dentro das MUNs, eles não recebem o devido crédito”, acrescentou a diretora sênior da Imprensa.

Na edição de 2017, o número de interessados em compor o comitê de imprensa surpreendeu a organização do evento, que não esperava que a demanda fosse grande, e acabou excedendo o número de vagas disponíveis. Para o ano seguinte, o comitê promete continuar ativo e se tornar maior e mais inovador, agregando cada vez mais novidades, ressaltando a importância dessa experiência jornalística para os secundaristas.

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